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Policiais militares cariocas aceitavam até queijo e goiabada como propina

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R7

Além de aceitarem como propina queijos e goiabada para liberar motoristas que trafegavam em situação irregular pela RJ-116, os policiais militares do BPRV (Batalhão de Polícia Rodoviária) denunciados pelo Ministério Público negociavam alguns pagamentos por depósito bancário. A informação foi confirmada pelo corregedor da PM Waldyr Soares Filho na tarde desta quarta-feira (14), em entrevista ao programa Balanço Geral.

— Eles aceitavam tudo, desde materiais, como pares de sapato, até alimentos. Inclusive, detectamos até pagamento de propina por depósito bancário. Eles combinavam com as vítimas e elas faziam o depósito depois.

Após denúncia, o MP-RJ denunciou nove policiais pelos crimes de extorsão e corrupção na rodovia que liga os municípios de Itaboraí e Macuco. Todos eles tiveram a prisão decretada pela Justiça. Desde a madrugada desta quarta-feira (14), a Corregedoria da Polícia Militar e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) fazem uma operação para prender os acusados.

Seis haviam sido capturados até a manhã desta quarta-feira, de acordo com a PM. Um dos agentes chegou a ser localizado em São José de Ubá, Minas Gerais.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, as irregularidades foram praticadas entre os dias 30 de julho e 28 de agosto deste ano. Os policiais cobravam propinas para fazer vista grossa em troca da liberação de veículos — a maioria transportava carga — mediante a garantia da não aplicação de multas ou apreensão de veículos.

Câmeras de segurança no entorno da estrada flagraram a ação dos agentes, que abordavam os motoristas, mas não registravam no livro de ocorrências do posto rodoviário.

Os agentes presos foram levados para a sede da corregedoria, em Neves, São Gonçalo, região metropolitana, onde foram submetidos a exame de corpo de delito. De lá, seguiram para a Unidade Prisional da PM, em Benfica, zona norte do Rio. A Polícia Militar irá abrir procedimento interno de investigação. Os PMs correm risco de serem exonerados da corporação.
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